“Dogville” é um impressionante filme, lançado em 2003 e dirigido por Lars Von Trier, no qual o mesmo assume também a função de operador de câmara. Dogville é o primeiro filme de uma trilogia, centrada nos Estado Unidos da América e designada por “EUA: the land of opportunities”.
Neste filme, Lars Von Trier apostou numa simplicidade de cenários, num “vazio preenchido”, no preenchimento de um “vazio fictício”. Ao abdicar dos cenários e dos adereços, o realizador procurou valorizar o âmago de cada uma das personagens para que o espectador, exteriorizando o “supérfluo” e o “superficial”, pudesse olhar apenas para o que verdadeiramente interessa no seu filme: a desumanidade demonstrada pela humanidade; e para que não se esqueçam que estão a assistir a uma peça de ficção. Do meu ponto de vista, este factor constitui um conceito bastante interessante, na medida em que permite ao espectador criar a imagem de um cenário inexistente e consciencializar-se de que está realmente perante uma ficção. Para além de que acho que se deve salientar o trabalho sonoro que este mesmo conceito implica. Este é um dos factores de maior riqueza do filme.
Apesar de os vários personagens fazerem constantes referências à paisagem ou ao céu, o fundo é infinito, tendo constantes alterações de luz e cor que indicam mudanças de dia e noite, clima e momentos do filme.
Em “Dogville”, Lars Von Trier apresenta uma percepção pessimista da humanidade, onde impera o cinismo, a hipocrisia, a chantagem, a vingança, a mentira e uma visão dogmática. O filme constitui, assim, um retrato exemplar sobre o comportamento humano, a vida em comunidade e a tensão estabelecida entre a escolha individual e a norma colectiva, designando-se então por uma parábola moral. Nele, é feito o retrato da arrogância humana, de pessoas cruéis, mesquinhas e egoístas
Com o visionamento de “Dogville” torna-se também perceptível que o mesmo apresenta diversas influências teatrais, que lhe conferem uma maior riqueza.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
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1 comentário:
Olá, parabéns pela crítica. Também gostei muitíssimo do filme e o que me chamou mais atenção foi a escolha de personagens: deficientes, idosos, crianças etc. Brilhantes filme.
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